quarta-feira, 4 de julho de 2012

EU NUNCA VI UM UIRAPURU

Eu quiria tê visto um uirapuru, aquele passarinho, mais nunca vi, não.
Vi di montão foi fruta do mato.
Tempo das gabiroba, tocava nóis pro mato atrais das frutinha qui davam no rente do chão.
Socê num conheceu, nunca mais vai sabê desses tipo de gabiroba.
Tinha os maracujá do mato, quase preto di tão roxo qui eram.
I chipotá - ou era xipotá? 
I araçá madurinho, uma doçura!
Já figuinho dava im árvre, numa baita di árvre.
Nessa figuera meu pai feiz um balanço pra nóis balançá. Nele, a gente rodava i rodava, depois pulava i saía cambaleando di tanta tontura.
Tinha ranho di negro, ingá, amora roxinha.
Mais a fruta qui nóis mais gostava dava numa árvre grande qui foi prantada no tempo do meu bisavô, o Domingão Trombetti, o Italianão.
Tudo dia di manhã, tava nóis atrais das fruta.
Só num dava briga, quando chovia di noite ou quando ventava, porque intão as fruta caíam di monte pro chão.
Era só desinterrá do barro, achá uma pedra boa pra quebrá o casco dela i saboreá.
O nome daquela fruta?
Jataí.
Qui gosto qui tinha o jataí?
Num dá pra ispricá!