sexta-feira, 15 de junho de 2012

O QUITU SARVÔ NOSSA IRMÃ.


Mais nóis continuava fazendo marvadeza no Sítio Bom Retiro!
Começô qui naquele dia de sor quente, caloroso, aproveitando qui nosso pai tava na cidade i inventamo de passiá na invernada, pra vê si achava o ninho dumas siriema qui viviam por ali.
Foi correndo atrais delas, qui vimo um pé de amora e decidimo  ficá até colhê tudo das frutinha.
Pertinho dali, um riachinho qui tava cheio incentivô nossa irmã menor e ela acabô pulando dentro.
Num liguemo, porque ela num tinha medo de rio i até nadava, bem o contrário de nóis!
Foi num repente, porém, qui ela começô a gritá lá da água e vimo qui ela saía depressinha da água.
Nossa Sinhora!
O corpo dela tava tudo forrado de sanguessuga!.
Cum medo de vortá imbora correndo, comecemo a tirá os bicho dela cuns pedaço de pau.
Ela gritava de dor!
I nóis forçava os bicho a saí das costa e da barriga da perna dela i quase num vencia.
Finarmente, conseguimo!
Garramo a vortá pra casa, coração pulando no peito, nossa irmã chorando, coitadinha!
O corpo tudo vermelhando.
Quando chegamo em casa, meu pai já tava lá. 
Ela passô depressinha e foi tomá banho na bacia de alumínio. Qui já era hora da gente começá a tomá banho mesmo!
Mais a coisa preteô: nossa irmã num parava di tremê; tava cuma baita febre que nosso pai mandô nossa mãe arrumá um cobertor, cubriu a menina, ligou o carro e foram os dois procurá o Quitu.
- Mais qui barbaridade! Essas minina num criam juízo, Mariazinha! Atrais de sanguessuga, agora?
Só ficamo livre da cinta, porque o Quitu sarvô nossa irmã.
Graças a Deus!

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