terça-feira, 19 de junho de 2012

PRATO PIRIGOSO!


Eu já disse latrais qui nóis, de piquena, só aprontava?
Crendospadre!
Si num era na invernada, era no galinhero. Si num era no galinhero correndo atrais das penosa, era no manguerão cutucando as vaca ruminante, i até dentro de casa nóis fazia tropé i si brigava.
Quando o nosso pai resorvia permanecê um bão tempo na cidade, i nóis sabia disso, intão, a nossa irmã inventava di fazê cumidinha.
O que quéla gostava di fazê?
Pegá rolinha no quintar!
Num tinha diferença nas rolinha arisca qui vinhum ciscá debaxo dos calipto. 
Num precisava escolhê; no nosso sítio fervia desses passarinho. Quarqué uma servia pra ela.
Era assim: ela pegava uns quatro ou cinco bichinho, torcia o pescocinho delis, depois dispenava na água quente.
Os passarinho peladinho ficavum iguarzinho do jeito qui era franguinho dispenado.   
Nóis ficava ali dimirando ela fazê a cumidinha dela, as rolinha bem fritinha no alho i na gordura, depois ela ia lambuzando tudo na farinha de milho.
Nóis pensava nas rolinha, tinha dó das coitadinha, mais acabava cumendo um pedacinho só pra num ficá inlumbrigado.
Nunca, nunca que nosso pai sabia daquilo. 
Si ele só imaginasse arguma coisa assim, cum muita certeza qui ele mandava as rolinha imbora vivê notro lugá só prelas num verem a surra de cinta qui ele dava em cada uma de nóis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário